A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, durante os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922. O Teatro Municipal fica no centro da cidade de São Paulo, na praça atualmente chamada de Ramos de Azevedo. Apesar de ser conhecido como "Semana" o evento durou apenas 3 dias, que foram os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922. O evento incluiu concertos, palestras, declamações, exposições de gravuras e telas, além de arquitetura. Cada dia do evento focou em uma ou duas manifestações artísticas.
Catálogo da Semana de Arte Moderna de 1922 - por Di Cavalcanti
- 1º Dia: O dia 13 de fevereiro de 1922 foi a abertura da Semana de Arte Moderna. Foi o dia das pinturas e esculturas no saguão do Teatro Municipal de São Paulo. As artes plásticas provocaram curiosidade e ao mesmo tempo um certo repúdio do público. Neste dia ocorreu também a conferência do escritor Graça Aranha, denominada “A emoção estética da Arte Moderna”. Apresentações musicais também sucederam.
Dentre as pinturas apresentadas no saguão, um dos destaques foi o quadro A estudante russa, pintado por Anita Malfatti. Este óleo sobre tela foi pintado em 1915, apresenta estilo impressionista e já havia sido apresentado na exposição individual da artista em 1917.
A primeira noite foi bastante concorrida e lotou o teatro Municipal.
Convite da Semana de 22 - elaborado pelo artista Di Cavalcanti
- 2º Dia: O dia 15 de fevereiro, o segundo dia do evento, foi marcado pela apresentação musical de Guiomar Novaes e pela palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética. Na ocasião, Menotti apresentou os escritores dos novos tempos que foram recebidos pelo público com aplausos e vaias. Neste mesmo dia, 15 de fevereiro de 1922, o evento terminou com gritaria. Quando Ronald de Carvalho declamou o poema “Os Sapos” de Manuel Bandeira, o público fez coro para atrapalhar. O poema fazia crítica ao Parnasianismo e às suas regras para fazer poemas.
Os poetas modernistas acreditavam que o mundo estava mudando tão rapidamente que estruturas tradicionais como as utilizadas pelos poetas parnasianos não faziam mais sentido. Por isso, os modernistas reagiram se afastaram de suas formas estruturadas, esquemas rígidos de rimas e linguagem cuidadosamente escolhida. Os modernistas procuraram facilitar a relação das pessoas com os poemas.
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
- 3º Dia: No terceiro dia do evento, houve uma audiência menor. Naquela noite, houve uma apresentação musical do compositor brasileiro Villa-Lobos. Ele tocou com a participação de outros músicos, e eles tocaram uma variedade de instrumentos. Embora os ânimos estivessem mais calmos naquela noite, o público zombou de Villa-Lobos quando ele subiu ao palco com um pé em um sapato e um pé descalço. O público achou que esta era uma escolha estranha e desrespeitosa. Mais tarde, descobriu-se que ele tinha um calo inflamado no pé, não uma escolha de performance.
O artista já havia se apresentado nas noites anteriores, mas guardou seu trabalho mais especial para a noite de encerramento.
Aproveite e leia nosso Resumo sobre a Semana de Arte Moderna de 1922.
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